Vem! E cala minha boca com seu beijo!

domingo, 29 de agosto de 2010

Escolhas (Parte 2)

- Bem, agora que tudo está resolvido, e outros assuntos a caminho da resolução, que tal você responder o que espero com tanta ansiedade?
- Rosane... Você é a pessoa mais delicada, mais honesta, mais bondosa que eu conheci em toda a minha vida. Eu me sentiria muito mal, caso te decepcionasse, magoasse, e te fizesse sofrer.
- Bella, não estou gostando desta introdução.
- Calma! Você sabe que eu não te amo, não sabe?
- Eu sei.
- Gosto de você. Muito! Mas não é amor, não é paixão. Você me dá muito prazer na cama, me trata como uma mulher, às vezes como uma menina indefesa, delicada, que pode se quebrar a qualquer momento, e não como o que sou, uma prostituta. Se eu ficar com você, será por carinho e gratidão. Você me aceita desse jeito?
- Aceito.
- Tem certeza? Sabe que no futuro eu posso te deixar. Posso me apaixonar e sair da sua vida.
- Você já está apaixonada, Bella. Só que ainda não percebeu, ou não quer admitir. E sei que não é por mim. Minha doce Bella, eu amo você mais do que a minha própria vida. E a única coisa que quero, é te ver feliz, mesmo que eu não esteja.
- Não pode ser assim, Rosane. Não deve ser assim. Você é maravilhosa, merece ser feliz sempre, e eu...
- Não fale mais nada. Apenas me responda: vai ficar comigo?
- Se você me aceitar do jeito que falei... Carinho e gratidão. Sim! Eu fico com você.
Rosane abraçou Bella, e chorou.
- Eu aceito você de qualquer jeito, desde que fique comigo. E quando o destino conspirar para tirar você de mim, eu vou me conformar. Eu te amo, Bella!
Rosane estava feliz e entusiasmada, fazendo planos para a abertura do processo de reconhecimento de paternidade, a quitação do apartamento de Bella e de Rodrigo, o divórcio dela com o marido, o casamento dela com Bella...
- Bella, você não faz ideia do quanto estou feliz. E farei de tudo para que você me ame! Acredite, vou te fazer muito feliz.
- Você já me faz, Rosane.
Elas se beijaram, e depois, Rosane levou Bella para casa.


- Dormiu bem, maninho?
- Sim! Como um anjo. Bella, quero saber como você está, o que tem feito, o que a Dra. Rosane é de verdade em sua vida, enfim! Quero saber o que aconteceu com você durante estes meses em que estive preso.
Bella não havia contado a Rodrigo que estava trabalhando como garota de programa. Ele só sabia sobre ela estar dançando na boate.
- Como assim? Dra. Rosane é nossa advogada.
- Bella, eu vi o jeito que ela olha para você. Se não quer conversar sobre isso, tudo bem.
- Eu tenho que lhe falar algo. Só não sei como.
- Quer que eu te ajude? Assim como quando éramos crianças. Eu pergunto, e você responde sim ou não. Quer?
- Quero.
- Ok. Dra. Rosane é sapatão?
- Que horror, Rodrigo!
- Ta. Dra. Rosane é homossexual? Gosta de mulheres?
- Assim está melhor. Sim.
- Ela gosta de você, não é?
- Sim.
- E você gosta dela?
- Sim e não.
- Está bem. Vou mudar a pergunta. Você gosta dela como mulher?
- Sim e não.
- Caramba, Bella! Assim fica difícil.
- Rodrigo, Rosane me pediu em casamento e eu aceitei.
- Como é?
- Vou te contar como tudo começou. Quero que me ouça até eu falar que você pode comentar. Por favor, não me interrompa. Ok?
Bella contou-lhe absolutamente tudo.
- Pronto. Agora você pode falar.
- E quer que eu fale o que? “Oh, Bella! Parabéns! Você fez um sacrifício terrível, dormindo com homens e mulheres que você não ama, só para conseguir dinheiro para me tirar da cadeia, e para quitar essa merda de apartamento!” . É isso o que você quer que eu diga, Bella? Mas que droga!
- Não tive escolha, meu irmão. Juro que tentei arrumar emprego em vários lugares, mas queriam me pagar uma miséria, não daria nem pra pagar as contas de luz e de condomínio. Eu juro que tentei, mas não tive opção.
- Não estou te julgando e nem te condenando, estou apenas... Com raiva de mim. Tudo o que você fez foi por mim, por causa da minha burrice de ter me envolvido com uma mulher casada. Me perdoe, Bella!
Tente, pelo menos. Porque eu nunca vou me perdoar.
- Não tenho o que te perdoar, Rodrigo. Fiz por nós. E tudo teve uma compensação. Rosane é uma mulher maravilhosa e me ama! E aceitou as minhas condições, sem reclamar, sem contestar. E tudo vai dar certo. Se eu não fosse uma garota de programa, eu não teria conhecido Rosane, que está sendo um anjo em minha vida.
Rodrigo chora e abraça sua irmã.
- Tenha calma, meu irmão! Agora tudo vai dar certo, acredite!
Eles ficaram abraçados por algum tempo, e depois foram para a cozinha, preparar o jantar. Bella conta sobre os planos de Rosane.
Os dias foram se passando. Rosane quitou o apartamento, que agora estava nos nomes de Bella e de Rodrigo.
Ela procurou Luis Henrique para tentar um acordo. Ele negou. Então, Rosane abriu o processo contra ele. Como ela havia garantido a Bella, conseguiu que uma juíza obrigasse o pai de Bella e de Rodrigo a fazer o exame de DNA.
Houve um grande escândalo. Todos os jornais ficaram sabendo.


O processo foi ganho. Os irmãos gêmeos foram reconhecidos como filhos de Luis Henrique, e ele, por determinação da justiça, teve que lhes pagar uma grande quantia em dinheiro, por todos os anos de vida de Bella e de Rodrigo.
- Pensei que isso nunca fosse acabar.
- Eu também, minha irmã. Mas... Estamos ricos!
Eles estão no escritório de Rosane, e comemoram com uma garrafa de champanhe.
Bella paga à Rosane o valor do apartamento.
- Obrigada por tudo, Rosane! Nem que eu fale 1233 vezes “obrigada”, jamais será o suficiente para que você saiba o quanto estou agradecida.
- Eu também, Doutora. Muito obrigado!
Eles brindam. Rosane olha para Rodrigo e diz:
- Rodrigo, sei que vai parecer estranho, mas gostaria de lhe pedir uma coisa, formalmente.
- Claro! O que quiser!
- Quero pedir a mão de sua irmã em casamento.
- O que? – Bella e Rodrigo gritam juntos.
- Até pensei em pedir para o pai de vocês, mas acho que ele não ia gostar.
Eles dão gargalhadas.
- E então? Vai me conceder a mão de Bella? E todo o resto, obviamente.
- Se é isso o que minha irmã quer, se isso vai fazê-la feliz... Bella, você quer se casar... Desculpe, mas isso realmente soa estranho pra mim. Você quer se casar com Rosane?
- Sim!
- Então, Doutora, a mão de minha irmã é sua. E todo o resto também.
Rosane pega uma pequena caixa, abre, retira um lindo anel, e coloca no dedo de Bella.
- Prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo.


Rosane se divorciou do marido, e contou aos filhos sobre sua decisão. Ficaram surpresos, mas disseram que o importante era que a mãe estivesse feliz.
- Eu estou, meu filhos. Como nunca estive em toda a minha vida. A única coisa que supera minha felicidade atual, é o nascimento de vocês e de meu neto.
Um dia, Rosane pegou Bella em seu apartamento e levou para um passeio.
- Lá vem você de novo com suas surpresas.
- Que eu me lembre, você gostou da última.
- Amei!
Chegaram a um prédio na zona sul da cidade.
- Que lugar é este?
- Calma! Você já vai saber.
Entraram em um amplo apartamento, duplex, decorado com sofisticação e bom gosto.
- Uau! Que apartamento lindo!
Rosane entrega as chaves do apartamento para Bella.
- É seu, Bella.
- Meu? Meu... Como meu?
- É aqui que vamos morar, e se um dia você me deixar, você ficará com ele. Comprei pra você. É um presente.
- Não posso aceitar.
- Mas vai aceitar, você não tem outro jeito. Já está em seu nome.
- Mas... Rosane... Isso não está certo.
- Ah, minha doce Bella! Você sempre achando que as coisas não estão certas. Estão mais do que certas. Você é minha! A única mulher que conquistou meu coração, minha alma, meu corpo. E este apartamento, é um presente muito pequeno perto do que você está me fazendo sentir.
Bella abraça Rosane e agradece. Depois, sai correndo pelo apartamento, como se fosse uma criança que acaba de ganhar um presente. E que presente!


Faltavam poucos dias para que Bella e Rosane fossem morar juntas. Bella perguntou a Rosane, se poderia mostrar o apartamento para seu irmão e para dois amigos muito queridos.
- Claro, meu amor! O apartamento é seu!
Bella já não estava mais trabalhando na boate e não precisa mais ser uma garota de programa. Numa noite, ela foi à boate com Rosane.
- Bella! Que saudades de você, minha pequena!
- Oi, meu amigo! Senti saudades também.
Eles se abraçaram.
- Você está mais linda do que nunca!
- É. Eu sei! Rosane, quero te apresentar um grande amigo, o meu melhor amigo.
Bella os apresentou e contou a novidade ao amigo.
- Você merece, Bella! Olha, dona Rosane, eu nunca conheci uma garota tão valente e guerreira como esta. A senhora tem muita sorte.
- Eu sei que tenho, “Peter Pan”. Este é o seu nome mesmo?
- Não. Meu nome é Pedro Paulo. Tenho esse apelido desde quando eu era criança, porque eu adorava o Peter Pan. Eu queria voar como ele. Uma vez, eu voei. Literalmente! Pulei da janela do quarto de minha tia, que morava em um sobrado. Mas eu não era Peter Pan de verdade. A senhora pode imaginar o que aconteceu, não é? E desde este dia, eu sou “Peter Pan”.
- Meu Deus! Imagino o susto que sua mãe levou.
- Bota susto nisso! Mas depois, ela descontou o susto me dando uma surra. Confesso! Eu mereci.
- “Peter”, onde está Aline?
- No camarim. Ah! Nós te vimos na TV. Caraca! Aquele bacana é seu pai, Bella! Ficamos de boca aberta.
- Ele não é o meu pai. Vamos dizer que ele teve uma pequena colaboração para que eu e meu irmão nascêssemos.
Bella sorriu e foi ao camarim, puxando Rosane pela mão.
- Posso entrar?
- Bella! Que saudades! Depois que ficou rica, esqueceu dos amigos, não é?
- Não esqueci. Nunca vou me esquecer de você e de “Peter Pan”. Vocês foram muito importantes em minha vida, durante aqueles dias macabros. Eu só tenho a lhes agradecer.
Bella contou-lhe sobre o seu casamento com Rosane, e marcou um jantar em seu apartamento. Convidou Aline e “Peter Pan”.

Bella mostrou o apartamento para os amigos. Enquanto tomavam vinho, Rodrigo chegou. Bella o apresentou aos amigos. Rodrigo e Aline trocaram olhares.
O jantar foi agradável e divertido. Após o jantar, Bella chamou Aline e “Peter Pan” para uma conversa em particular.
- Meus amigos, eu já lhes disse que jamais terei como agradecer o que fizeram por mim, então, para demonstrar todo o carinho e gratidão por vocês, resolvi lhes dar um presente.
Bella entrega a cada um, um envelope. Eles abrem.
- Bella... O que é isso? – Diz Aline.
- Eu já disse, é um presente.
- Mas é... Dinheiro! Muito dinheiro! – Falou “Peter Pan”.
- Sim, e é de vocês. Eu sei que não é nada perto de tudo que fizeram por mim, mas quero que aceitem.
Aline e “Peter Pan” abraçaram Bella, comovidos.
- Eu amo vocês, meus amigos!
Todos foram embora.
- Você deu os presentes para seus amigos?
- Sim. Eles ficaram muito felizes.
- Bom, seus amigos tiveram sua atenção total. Agora é a minha vez.
Rosane beija Bella, e devagar, tira sua roupa.
- Bella... Já para a cozinha.
- O que? Ficou louca?
- Eu sou louca! Por você. Não reclame e faça o que pedi.
- Pra cozinha? Ok.
Bella nua, usa um avental e finge que está lavando a louça. Rosane a abraça por trás, e começa a deslizar suas mãos pelo corpo de Bella.
- Minha Bella! Deliciosa! E só minha!
Bella se vira, arranca o avental, se senta na pia, abre suas pernas e diz:
- Vem! Faça de mim o que quiser! Sou tua!
Rosane delira! Entra em êxtase!
- Ah! Você me deixa louca demais! Sim! Farei tudo o que eu quero com você, minha Bella!
Rosane beija o corpo inteiro de Bella, e a faz gozar com sua língua.
Bella geme.
- Bella...
Rosane tira Bella de cima da pia, a coloca de costas e diz:
- Abaixe-se. Vou possuir você.
Ela faz o que Rosane pediu. Bella é penetrada, enquanto Rosane aperta seus seios, e morde sua nuca.
Bella roça em Rosane.
- Como você mexe gostoso! Mexe mais, Bella. Mexe!
Rosane estava entorpecida de prazer.
- Ah! Eu vou gozar, Bella!
Bella continuou rebolando e arrancando gritos de Rosane.
- Bella, você é um tesão de mulher!
Da pia para a mesa. Da mesa para a banheira. Da banheira para a cama. E saciadas, adormeceram.

O tempo passa. Bella e Rosane estavam morando juntas. Às vezes, Bella tinha sonhos com Alessandra e, em uma dessas vezes, ela falou seu nome.
- Bom dia, meu amor!
- Bom dia, Rosane!
Tomaram o café da manhã.
- Sonhou com o que, Bella?
- Não lembro. Sempre tenho muitos sonhos.
- Você chamou um nome esta noite.
- Que nome?
- Alessandra.
Bella se levantou, e foi para o banheiro, seguida por Rosane.
- Quer conversar sobre isso, Bella?
- Desculpe-me! – Falou Bella, abraçando Rosane.
- Não há o que desculpar, meu anjo. Você sente falta dela, não é mesmo?
Bella não respondeu.
- Não quero que pense que estou chateada, você foi muito sincera comigo. Não estou te cobrando nada, apenas quero que esteja feliz.
- Eu estou! Você me faz muito feliz, Rosane.
- Tem certeza?
- Eu juro!
- Está bem. Mas quero que me prometa uma coisa. Se você sentir que não está mais feliz comigo, quero que me fale. Promete?
- Prometo. Mas jamais direi isso.
Bella se despiu, e falou com um sorriso malicioso:
- Vem! Preciso que você esfregue minhas costas.
Rosane não pensou duas vezes.

****************

A campainha toca. Um homem, vestindo apenas um short, sem camisa, atende.
- Pois não.
- É... Desculpe... Bella está?
- Não. Quem quer falar com ela?
- Sou uma amiga. Tudo bem. Volto outro dia.
A pessoa entrou no elevador rapidamente, sem ouvir o que o homem disse.
- Espere! Bella não mora mais aqui...

****************

Bella e Rosane conversam no apartamento.
- Rosane, estou pensando em voltar para a faculdade.
- Acho uma ótima ideia! O que pretende fazer?
- Eu estava cursando o segundo período de Psicologia, mas precisei parar. Agora que tenho condições, gostaria de voltar.
- Claro! Faça a sua matrícula, vou pagar o curso pra você.
- Não é necessário, eu posso...
- Bella, faço questão.
- Está bem. Farei isso amanhã mesmo.
- Amor, fui convidada para ir à festa de aniversário da filha de um cliente. É um cliente especial, de muitos anos, e quero que você vá comigo.
- Ah, Rosane! Não sei... Essa gente é tão preconceituosa. Se você quiser ir sem mim, não vou me chatear.
- Quero ir com você. E não me importo mais com essa gente preconceituosa. Quem precisava saber sobre minha condição sexual, já sabe, e aceitam. Meus filhos. Portanto, não me incomodo com o que vão dizer. Vamos Bella. Por favor!
- Quando é a festa?
- Amanhã, à noite.
- Se você faz questão que eu vá, então eu vou.
- Obrigada! Garanto que todos sentirão inveja, afinal, eu tenho a mulher mais linda deste Planeta.
- Ah! Como você é exagerada!

****************

Noite da festa. Apartamento luxuoso. Rosane e Bella entram.
- Doutora Rosane, que prazer recebê-la!
- Como vai, Castro?
Rosane apresenta Bella ao homem, depois, elas são levadas para uma sala, onde havia outros convidados.
- Onde está sua filha?
- Vou chamá-la, aguarde um minuto.
Castro volta com a filha, e as apresenta. Rosane entrega um presente para a moça. Um colar de ouro, com uma pequena pedra preciosa.
- É lindo, Doutora! Obrigada!
A moça olha para Bella.
- Eu te conheço. Só não estou me lembrando de onde.
Bella fica nervosa.
- Ah! Lembrei! Mas... Você é a... Não! Você é a faxineira que vi no apartamento de Alessandra?
- Faxineira? – Pergunta Rosane. – Não. Acho que você está enganada.
- Não estou. Ela está diferente do dia em que a vi, mas é ela mesma. Tenho certeza.
Bella se sente constrangida, e não diz nada.
- Laís, chegaram mais convidados. Vamos recebê-los.
Ela acompanha o pai, sem tirar os olhos de Bella.
- Vai me explicar, Bella? – Pergunta Rosane.
- Ai, meu Deus! Eu não deveria ter vindo.
- Era você mesma, não era? No apartamento de Alessandra.
- Era sim.
Bella contou o que houve naquele dia.
- O mundo é tão pequeno, não é Bella? – Disse Rosane, sorrindo.
Rosane conversou com várias pessoas, na maioria, clientes dela. Bella a avisou que ia ao banheiro. Estava saindo, quando Laís a impediu.
- Estamos a sós agora, e você vai me contar direitinho o que estava fazendo no apartamento da minha namorada.
- Eu já disse.
- E você acha que vou engolir essa história de nova faxineira?
- Mas é a verdade.
- Está querendo que eu acredite que uma mulher como você, é apenas uma faxineira? Você também é faxineira da Doutora Rosane?
- Olha garota, eu te disse a verdade, se não quer acreditar, pergunte para a sua namorada, ok? Com licença.
Bella estava saindo, e Laís a segurou.
- Quero te ver longe de Alessandra. Ouviu bem, faxineira?


Bella não respondeu, e saiu, indo ficar ao lado de Rosane. Laís se aproximou.
- Onde está a sua namorada, Laís? – Perguntou Rosane.
- Daqui a pouco ela está chegando, teve que cobrir o plantão de uma colega no IML.
- Fiquei sabendo que vocês vão morar juntas.
- Isso mesmo! Estamos procurando nosso cantinho. Alessandra fez questão de morarmos juntas, diz que não sabe mais viver sem mim. Vamos nos casar, e a senhora já esta convidada para a festa.
- Obrigada! E já marcaram a data?
- Ainda não, mas assim que comprarmos nosso apartamento, marcaremos, e farei questão de lhe entregar o convite pessoalmente, Doutora.
- Deixe o Doutora de lado. Pode me chamar de Rosane.
Laís foi chamada por seu pai para receber mais convidados.
- Com licença, Rosane.
- Claro! Fique à vontade.
- Que garota intragável!
- Sentiu ciúmes por saber que elas vão se casar?
- Não! Mas ela é esnobe, arrogante, antipática.
- Não a achei antipática, muito pelo contrário. Inclusive, ela tem um sorriso lindo.
- Ah, é? Achou mesmo? Além do sorriso, o que mais é lindo nela?
- Hmmm... Bem...
- Rosane! – Falou Bella, num tom ameaçador.
Rosane riu, abraçando Bella.
- Ela é uma garota linda, mas não chega aos seus pés, minha doce Bella.
- Doutora Rosane, poderia me acompanhar até meu escritório? Tenho um amigo com um grande problema, e só a senhora poderá ajudar.
- Claro! Você vai ficar bem, Bella?
- Vou. Pode ir.
- Tentarei não demorar.
Rosane deu um beijo no rosto de Bella, e saiu. Ela se sentou em um sofá e ficou observando as pessoas.
- Quanta gente metida a besta!
Depois de algum tempo, ela pegou uma bebida e foi para o terraço.
- O que você está fazendo aqui?
Bella se virou.
- Ale...
Bella não conseguiu falar e se engasgou com a bebida.
- Bella, você está bem?
Ela não respondeu, apenas fez sinal com a cabeça, garantindo que estava bem.
- Responda. O que faz aqui?
- Vim acompanhar uma convidada.
- Acompanhar, sei. Abrindo o leque, não é mesmo?
- Não entendi o que quis dizer.
- Entendeu sim. Além de ser acompanhante, você agora está recebendo seus clientes em seu apartamento?
- Como assim?
- Bella, não se faça de inocente. Outro dia fui ao seu apartamento e um homem quase nu, abriu a porta.
- Você esteve em meu apartamento? Quando?
- Não importa. Mas estou gostando de ver, você deixou de ser uma prostituta barata, agora é uma de luxo.
Bella ia sair, mas Alessandra a segurou.
- Senti saudades.
Alessandra a apertou contra seu corpo. Bella estremeceu.
- Sentiu saudades de mim também, Bella?
- Me solte. – Falou, sussurrando.


- Quanto você está cobrando agora? Eu pago.
Bella se recompôs e falou:
- Por que você sempre me acusa, ao invés de perguntar como está a minha vida?
- Eu sei como está a sua vida. Eu te vi na TV, ganhou uma bolada do tal empresário, não foi? E mesmo assim, você continua sendo uma prostituta, recebendo em seu apartamento e sendo acompanhante. Eu pensava que era por necessidade, que você não teve escolha, mas vejo que você gosta de ser uma rameira.
Bella tentou bater em Alessandra.
- Você é uma idiota! Não sabe nada da minha vida! Me solte!
- Alessandra? - Gritou Laís.
Rosane estava com ela.
- Solte-a, agora.
Alessandra deixou Bella ir.
- O que significa isso? – Perguntou Laís, se dirigindo a Bella.
- Pergunte à sua namorada. Rosane quero ir embora. Se você quiser ficar, não me importo, eu pego um táxi.
- Não, meu amor, vou com você. Laís desejo a você muitas felicidades. Peça desculpas ao seu pai.
- Fique Doutora, por favor.
- Desculpe-me, mas é melhor irmos.
Rosane beijou Laís no rosto e saiu com Bella. Estavam no carro.
- O que aconteceu?
- Não quero falar sobre isso.
- Bella, você está chorando! O que aquela desgraçada fez com você? Eu acabo com ela!
- Por favor, Rosane, não fale nada, apenas me deixe quieta.
Elas ficaram caladas durante o caminho até o apartamento. Quando entraram, Bella foi para o quarto, trocou de roupa e deitou-se.
- Por favor, Bella! Fale comigo.
Ela não respondeu.
- Não aguento te ver assim. Vamos conversar.
- Não quero conversar, Rosane. Por favor, me deixe dormir.
Rosane não insistiu mais e deixou que Bella dormisse.


No dia seguinte, Rosane levou o café da manhã na cama.
- Acorda, dorminhoca!
Bella se espreguiçou.
- Que horas são?
- Passa do meio dia. Você tem visita.
- Meio dia? Meu Deus! Por que não me acordou antes? Quem está aí?
- Seu irmão.
- Por favor, peça pra ele vir aqui.
Rosane saiu, e logo Rodrigo estava no quarto. Beijou e abraçou Bella.
- Se eu não venho te ver, você nem lembra que tem um irmão, não é?
- Claro que lembro! Já tomou café?
- Já, mas tomo de novo.
- Bella, tenho que sair, mas volto logo.
- Aonde você vai, Rosane?
- Vou ao escritório, mas não demoro.
Rosane beijou Bella na boca e saiu.
- Caraca! Ela te beijou na boca!
- Sou a mulher dela! Natural, não acha?
Enquanto tomavam café, eles conversavam.
- Bella, tenho uma novidade para te contar.
- Espero que seja boa.
- É. Bom, pra mim é muito boa. Estou namorando.
- Até que enfim! Quem é a vítima?
- Aline.
- Aline? Minha amiga?
- Ela mesma. Lembra quando nos conhecemos no jantar, aqui? Gostei dela desde o primeiro instante em que a vi. Fui à boate várias vezes, só para vê-la. Começamos a conversar, saímos algumas vezes, transamos e eu... Bella estou louco por ela! Estou apaixonado! Encontrei a mulher da minha vida.
- Estou passada. Nem sei o que dizer!
- Aline está preocupada, aflita.
- Com o que?
- Com você.
- Comigo? Por que?
- Porque ela teme que você não aprove o nosso relacionamento. Bella, estamos pensando em nos casar. Ela vai deixar a boate, não vai mais sair com os caras, e vai ficar só comigo.
- Como é? Aline pensa que serei contra o casamento de vocês? Eu não acredito nisso! Eu amo aquela garota! É como uma irmã! Estou feliz que vocês estejam juntos. Não posso acreditar que ela esteja com medo de mim. Espera, vou ligar pra ela.
Bella pegou o telefone.
- Aline, sou eu, Bella. Quero que venha pra cá agora. Estou em casa e te esperando.
Aline não teve tempo de falar nada. Bella desligou o telefone.
- Vou tomar banho, quando ela chegar, abra a porta pra ela e não diga nada. Ouviu? Diz apenas que quero conversar com vocês.
Meia hora depois, Aline chegou ao apartamento de Bella.
- Rodrigo me falou sobre vocês, e eu estou muito magoada com você.
- Bella, posso explicar...
- Cala a boca! Quem vai falar sou eu. Mas antes vou perguntar e quero que seja sincera. Você ama meu irmão?
- Amo! Muito! Bella...
- Quieta! Como você pôde pensar que eu seria contra o relacionamento de vocês? Aline, você é a minha melhor amiga, me ajudou tanto durante este ano terrível, me apoiou, cuidou de mim, me protegeu... Como pode ter pensado uma coisa dessas? Eu amo você! E Rodrigo não poderia ter encontrado uma mulher melhor. Estou tão feliz!
- Ah, Bella!
Elas estão chorando, e se abraçam.
- Por que sentiu medo, Aline?
- Porque sou uma prostituta, não sabia se você ia aceitar que eu fosse a sua cunhada.
- E por você ser uma prostituta, não tem direito a ser feliz, a mudar de vida, a ter um grande amor? Pelo amor de Deus, Aline! Olha pra mim!
- Eu sei Bella, mas não pude evitar. Realmente fiquei preocupada.
- Pra falar a verdade, eu não queria que você fosse minha cunhada.
- Não?
- Não. Queria que você fosse a minha irmã. Eu te amo, sua bobinha.
Estavam todos felizes. Bella começou a fazer planos para o casamento, para a festa, a lua-de-mel...
- Você terá direito a tudo ao que uma noiva tem. Vestido de noiva, igreja, cartório, festa... E podem escolher onde querem passar a lua-de-mel, eu darei a vocês de presente.
Bella, Aline e Rodrigo, foram para a cozinha preparar o almoço. Estavam animados.


Não muito longe dali, Rosane aguardava alguém em seu escritório.
- Entre, por favor. Sente-se.
- Por que me chamou aqui?
- O que houve entre você e Bella, ontem na festa?
- Não é da sua conta.
- É sim. Bella é minha esposa.
- Esposa?
- Isso mesmo! Estamos casadas.
- Por que não pergunta a ela?
- Perguntei, mas ela não quis falar.
- E por que acha que eu falaria?
- Porque estou te perguntando, e você não parece se preocupar em esconder certas coisas.
- Tem razão. Não devo nada a ninguém, faço o que eu quero.
- Até magoar Bella?
- Magoar? Bella não se magoa. Ela é dura na queda.
- Concordo. Bella é a mulher mais guerreira que eu já conheci em minha vida. Apesar de todos os problemas que enfrentou, ela nunca se entregou, sempre lutou para tentar sobreviver. Mas você a magoou sim, e várias vezes.
Alessandra não disse nada.
- Quero saber uma coisa de você. Você ama Bella?
- Desculpe, mas este é um assunto que não lhe diz respeito.
- Tudo o que se refere à minha esposa, me diz respeito sim. Responda. Você a ama, ou é apenas um capricho? Um desejo de ter controle sobre ela, de mostrar que você tem quem quer, e como falou, faz o que quer?
- Não estou entendendo onde quer chegar.
- Eu explico. Eu amo Bella, mais do que tudo nesta vida. E prometi a ela, e a mim mesma, que a faria feliz. Mas sei que Bella ama você. Quando ela aceitou se casar comigo, ela deixou bem claro que seria apenas por carinho e gratidão. Eu me propus a conquistar o seu amor, mas não podemos controlar e mudar o coração das pessoas, não é mesmo?
- O que você quer?
- Vou te pedir uma coisa. Aliás, é uma exigência, e não um pedido. Quero que deixe minha mulher em paz.
- Eu não fui atrás dela, nos encontramos por acaso.
- Desta vez sim. Mas estou avisando para que não chegue perto dela novamente. E muito menos, que a magoe. Se você fizer Bella chorar de novo, eu vou dar um jeito em você.
- Está me ameaçando, Doutora?
- Não. Como falei, é apenas um aviso.
- Agora estou entendendo. Você está com medo. Acaba de confessar que Bella me ama, e se eu chegar perto dela, sabe que ela não vai resistir e vai abandonar você. Acertei?
- Minha jovem, já falei tudo o que tinha para falar. Espero que tenha entendido.
Alessandra levantou-se e se debruçou na mesa, encarando Rosane.
- Não tenho medo de suas ameaças. Se eu quisesse Bella, ela não estaria com você, tenha certeza disso. Aliás, mande lembranças minhas a ela. “Au revoir”!


Em outro lugar...
- Não entendi nada do que disse ao telefone, Laís. Você falava disparadamente. Agora tente me explicar, mas fale devagar.
- Ai, amiga! Estou com tanto ódio. Alessandra está me traindo.
- Traindo? Como sabe disso?
- Vou te contar tudo desde o começo.
Laís conta à amiga sobre Bella.
- Tenho ou não tenho razão?
- É, amiga. Desculpe, mas essa história está muito mal contada.
- E não é? Fiz uma loucura. Contratei um detetive particular para descobrir tudo sobre essa Bella. Eu vou colocar essa mulherzinha em seu devido lugar.
- Isso mesmo, amiga! E fique de olho em Alessandra. Você sabe, tem mulheres que são piores que os homens, e quando se deparam com um rabo de saia, ficam enlouquecidas.
- E o pior, é que a tal da Bella é linda! Uma mulher daquelas de parar o trânsito.
- O que Alessandra disse?
- Disse que eu estava delirando, vendo coisas onde não existem.
- Que mentirosa!
- E ela confirmou a historinha da faxineira. Que ódio! Minha vontade é dar uma surra em Alessandra.
- Calma minha amiga! Espere notícias do detetive. Depende do que ele descobrir, aí você toma alguma atitude. Mas acho que Alessandra é apenas uma vítima dessa Bella, com certeza, ela foi seduzida e não resistiu.
- É, acredito nisso também. Sabe, aquela é o tipo de mulher fatal. Mas ela que me aguarde! Eu vou acabar com ela!


- Hmmm! Estou sentindo um cheiro de comida feita pelas mãos de minha deusa.
- Acertou!
Rosane beijou Bella na boca, e cumprimentou Rodrigo e Aline.
- Estamos comemorando. – Disse Bella.
- E posso saber qual o motivo da comemoração?
- Rodrigo e Aline vão se casar.
- Mas isso é maravilhoso! Já abriram uma champanhe?
- Ainda não. Estávamos te esperando.
Rosane pegou uma garrafa de champanhe e taças.
- Que a felicidade de vocês possa ser igual à minha e de Bella, porque mais, seria impossível!

****************

Bella ganhou um carro de Rosane. Havia começado na faculdade, e estava empenhada na organização da festa de casamento do irmão e da amiga.
Um dia, Bella estava indo para o estacionamento da faculdade pegar o carro. Havia alguém à sua espera.
- Oi, Bella!
- Alessandra, por favor...
- Calma! Prometo não tocar em você.
- Você não cumpre suas promessas. Me dê licença, por favor.
Alessandra estava encostada na porta do carro.
- Você está tão linda!
Bella não respondeu.
- Sua esposa e eu tivemos uma conversa sobre você.
- Rosane? Quando?
- Ela não te contou? Um dia depois da festa de Laís. Ela me telefonou e pediu que eu fosse até o escritório dela.
- O que ela queria?
- Ela queria saber o que houve entre nós naquela noite. Disse que eu magoei você e que te fiz chorar. Isso é verdade, Bella?
- Não importa. Rosane e eu estamos muito felizes.
- Pode até ser que Rosane esteja feliz, afinal, ela conseguiu o que queria. Ter você! Mas você, não sei se está feliz.
- Alessandra, eu não quero mais...
- Por que te fiz chorar?
- Eu não chorei.
- Então a sua Doutora mentiu?
- Saia da porta do carro, eu quero ir embora.
- Por que chorou, Bella?
- Porque você foi injusta comigo.
- Em que?
- Eu já disse que não importa. Saia por favor.
- Eu sei porque. Voltei ao seu apartamento e conversei com o homem quase nu.
- Você falou com meu irmão? Mas ele não me contou que você esteve lá.
- Eu sei. Pedi para que ele não te contasse, pois, eu queria falar com você antes e... Te pedir perdão. Você tem razão, eu sou uma idiota.
- Ok. Você já fez o que queria. Agora deixe-me ir.
- Almoce comigo.
- Não.
- Por favor, Bella!
- Não. Estou casada, respeito minha esposa e...
Alessandra beijou Bella.


Bella a empurrou.
- Não faça mais isso.
- Eu sei porque não quer que eu a beije. Porque você não resiste. Porque você me ama, Bella.
- Quem te disse isso?
- Sua mulher.
- Ela jamais diria isso.
- Mas disse. E ainda me contou o motivo de você aceitar casar com ela. Carinho e gratidão. Não foi isso?
Bella, aproveitando que Alessandra não estava mais impedindo a sua passagem, abriu a porta do carro, ligou, e saiu.
Bella estava irritada com Alessandra. E com Rosane também.
- Como ela teve coragem de chamar Alessandra para uma conversa e não contar?
Foi direto para o escritório de Rosane. Passou direto pela secretária e entrou.
- Rosane... O que...
Bella vê Rosane tocando o rosto de uma garota, olhando-a com um olhar que ela conhecia muito bem.


- Bella?
- Se eu estiver atrapalhando, posso ir embora.
- Não! Fique. A moça já estava de saída.
A garota saiu, dando um sorriso sem graça para Bella.
- Quem é ela?
- Uma nova cliente. Está com problemas com o ex-marido e veio pedir a minha ajuda.
- E você precisa tocar suas clientes?
- Bella, foi apenas um carinho. Ela está desesperada, coitadinha. Mas diga-me! O que veio fazer aqui? Gostei da surpresa.
- Por que não me contou que conversou com Alessandra?
Rosane sentou-se.
- Porque não quis te chatear.
- E por que a chamou para uma conversa?
- Como você soube disso?
- Ela me procurou.
- Alessandra procurou você? Quando?
- Agora, na saída da faculdade. Ela me contou que você disse a ela que me casei com você por carinho e gratidão. Por que fez isso?
- Acalme-se, minha doce Bella.
- Não me chame de doce, porque hoje estou azeda. Você não tinha o direito de falar com ela, e muito menos de não me contar. Alessandra é arrogante, cínica, abusada... Ela... Ela me beijou.
- Desgraçada! Ela me paga.
- Não! Não quero que fale com ela, não quero que faça nada sem me consultar.
- Por que está tão irritada?
- Porque você escondeu isso de mim. Você deveria ter me falado, eu não ia me zangar com você.
- Você está zangada agora.
- Estou, porque você escondeu, não me contou. E agora, quando entro em seu escritório, vejo você cantando uma garota. Sem contar que a sua secretária insiste em me barrar toda vez que venho aqui.
Rosane levanta e abraça Bella.
- Como você consegue?
- Consigo o que?
- Ficar ainda mais linda quando está irritada. Desculpe-me, Bella. Não te contei para não te chatear. Mas vou contar tudo agora. Vamos almoçar?
Elas saíram para o restaurante preferido de Bella, depois foram para casa. Rosane lhe contou toda a conversa que teve com Alessandra.
- Você não deveria ter dito a ela que eu a amo, mesmo porque, isso não é verdade.
- Não? Bella, olhe em meus olhos e diga que você não ama essa mulher.
- Não amo essa mulher.
- Olhe em meus olhos, Bella.
- Está bem. É isso o que você quer ouvir? Amo! Amo muito! Sou louca por ela! Mas ela não me quer, não como namorada, como esposa. Ela me quer para satisfazer seus desejos sexuais. Ela ainda me vê como uma prostituta.
Bella começa a chorar.
- Ah, Bella!
Rosane a abraça.
- Mas vou esquecê-la. E não vou trair você, acredite. Ela me beijou, mas eu a empurrei, eu juro!
- Acredito em você, meu amor, mas acho que vocês vão precisar resolver isso. Algum dia terão que conversar.
- Não quero ver Alessandra nunca mais.
- Você sabe que isso é impossível. Ela vai te procurar.
- Eu chamo a polícia.
Rosane ri.
- Minha doce e irritada Bella, você não fará isso. Você deveria procurá-la e conversar, dizer o que sente.
- Mas o que é isso? Por que está me jogando pra ela? Você não me quer mais?
- Não quero te ver sofrer, apenas isso. Eu prometi que a faria feliz, e se sua felicidade estiver ao lado dessa mulher, pois então que seja.
- Não vou procurar Alessandra. Não quero vê-la nunca mais.
- Está bem, meu anjo. Agora acalme-se.
Bella se deitou no colo de Rosane, e finalmente, se acalmou.
- Rosane, o que você estava tentando fazer com aquela garota?
- Eu já te disse. Apenas consolando a pobre moça desesperada.
- Conheço o seu olhar quando está excitada, e você a estava olhando exatamente assim.
Rosane sorriu e pediu que Bella se levantasse.
- Ok. Hoje foi a terceira vez que ela esteve em meu escritório. Lembra-se quando o pai de Laís me chamou para apresentar um amigo que precisava muito da minha ajuda?
- Lembro.
- A jovem é a filha dele. Ela se casou com um cafajeste. Ele estava interessado apenas no dinheiro dela. A seduziu, ela se apaixonou por ele, e se casaram. Agora ela quer o divórcio, pois, descobriu que ele tem outra mulher. Ele disse que dará o divórcio mediante a uma quantia exorbitante, então, estou trabalhando nesse caso.
- Ótimo! O problema dela você explicou, mas o meu não.
- Calma! Vou chegar lá. Na segunda vez que ela foi ao escritório, ela chorou muito. Eu a abracei, e pedi que ela ficasse calma, porque seria fácil ela conseguir o divórcio sem ter que dar dinheiro algum. O pai dela foi esperto e os fez casar com o regime de separação de bens. Quando a abracei...
Rosane parou de falar.
- Fale. Quando você a abraçou...
- Senti desejo por ela. Uma garota tão indefesa, inocente, me comoveu o seu sofrimento, e... Eu a beijei.
- Como é?
- Foi rápido, muito rápido Bella. Eu não consegui me controlar, eu não sei como isso foi acontecer.
- Mas que droga, Rosane!
- Desculpe. Eu amo você, mas sou uma tarada incondicional. Confesso que não resisti aos encantos e à inocência daquela moça. Perdoe-me, Bella.
- E hoje?
- Bom, naquele dia, eu pedi mil perdões pra ela. Eu a assustei, ela foi embora, sem dizer nada. Mas ela voltou hoje e disse que havia sonhado comigo, e que no sonho, eu fazia amor com ela.
- A garota se apaixonou por você?
- Não sei. Mas ela chegou de novo com aquele olhar inocente e eu...
- Se eu não tivesse entrado, você a teria beijado de novo, não é?
- Acho que sim.
- E eu toda preocupada porque Alessandra me beijou.
- Perdão, Bella.
- O que você quer, Rosane?
- Quero você. Amo você.
- Mas a garota vai continuar indo ao seu escritório e como vai ficar?
- Eu juro que não sei.
- Você quer transar com ela?
- Bella, por favor...
- Responda.
- Sabe uma de minhas fantasias?
- Qual?
- Fazer amor com você e com outra mulher.
- Ah, não! Não acredito que você está me propondo... Não.
- Por favor, Bella. Imagine só quanto prazer eu vou ter, fazendo amor com a mulher que eu amo e uma jovem inocente, inexperiente.
- Você quer fazer amor comigo e com ela?
- Quero. Pensei nisso todos esses dias.
- Só eu não te basta?
- Basta! Desculpe, esqueça. Não tocarei mais nesse assunto. Eu te amo, Bella, não quero te perder.
Rosane dá um abraço forte em Bella.

****************

Dois dias depois, Bella conta à Rosane sobre sua decisão.
- Rosane, acho que posso satisfazer sua fantasia.
- Fantasia?
- Você, eu e aquela moça.
- Por que Bella?
- Porque você já fez tanto por mim, você faz todas as minhas vontades e acho que isso não fará mal a ninguém. Você só precisa saber se a garota vai aceitar.
- Você tem certeza do que está dizendo?
- Tenho. Prefiro que você se satisfaça estando comigo, e não me traindo.
- Eu magoei você, não foi?
- Não. Apenas fiquei surpresa com a sua atitude, já que diz me amar.
- Acredite! Eu te amo demais! Só que... Me perdoe!
- Fale com a garota, se ela aceitar, traga-a aqui em casa. Mas não vou admitir que vocês se encontrem sem eu estar junto.
- Jamais farei isso com você. Obrigada, Bella.

****************

No final de semana, Júlia chega ao apartamento de Bella e de Rosane.
- Júlia, esta é minha esposa. Você se lembra dela, não é?
- Sim. Olha, me desculpe, Rosane me contou que você ficou sabendo sobre o que houve entre nós.
- Tudo bem, Júlia. Rosane e eu já nos entendemos. Ela te contou sobre o que estamos querendo?
- Contou sim.
- E pelo que vejo, já que você está aqui, aceitou.
- Aceitei sim, mas... Estou com tanta vergonha! Não sei o que fazer.
- Não se preocupe, nós sabemos. É só você relaxar.
- Está bem, vou tentar.
- Júlia, quero deixar bem claro que só estou fazendo isso por Rosane, e estou disposta a realizar a fantasia dela do jeito que ela quiser. Tudo bem?
- Claro! Sem problemas.
- Rosane, você manda! O que quer que eu faça?
- Bella, você é maravilhosa! Te amo!
Rosane beijou Bella na boca, e Júlia sentiu-se constrangida.
- Bella, quero ver você tocando Júlia, do jeitinho que só você sabe fazer. Eu quero vê-la louca, excitada, quero ouvi-la gemer de prazer.
- Vou tentar, mas ela está insegura, envergonhada.
- Confio na sua experiência.
- Ok. E então, Júlia? Posso começar?
- Sim.
Rosane se sentou em uma poltrona, e Bella, no sofá, começou a beijar Júlia.
Pescoço, orelha, nuca, boca. Depois, desabotoou sua blusa, colocando sua boca entre os seios de Júlia.
Devagar, Bella foi tirando sua roupa, peça por peça.
- Isso, Bella! Assim! Está uma delícia! – Disse Rosane, excitada.
Júlia estava nua. Bella a deitou no sofá, e passou suas mãos pelo seu corpo.
- Hmmm! Você tem um corpo lindo, Júlia.
- Obrigada.
- Está excitada?
- Sim.
- Ficará ainda mais, eu garanto.
Bella passou sua língua nos mamilos de Júlia, que se enrijeceram. A garota soltou um gemido tímido.
- Bella, você é uma deusa sexual! – Falou Rosane.
Bella olhou para Rosane e sorriu. Depois, foi descendo com sua língua, lentamente. Dos seios para o ventre. Do ventre, para as coxas grossas de Júlia. E das coxas, para sua parte íntima, que estava molhada.
A garota rebolava e gemia.
- Ai! Que gostoso! Nunca me fizeram isso!
A menina gozou rapidamente.
- Desculpe! Eu não consegui segurar.
- Não precisa pedir desculpas, linda! Mesmo porque, ainda não acabamos.
Bella se levantou do sofá e foi em direção de Rosane. Júlia ia se levantar, quando Bella ordenou:
- Você fica quietinha aí, eu já volto. Rosane, tire a minha roupa, por favor.
- Claro, minha deusa! Com muito prazer!
- Mas não me toque!
- O que? Ah, Bella! Vê-la nua na minha frente e não poder tocá-la? Isso é tortura.
Rosane despiu Bella, deixando-a apenas de lingerie. Bella voltou pra o sofá, e disse:
- Júlia, venha comigo.
Elas foram para o quarto. Deitaram-se na cama, e Bella recomeçou seu ritual de sedução e prazer.


Júlia delirava, gritava, gemia, implorava!
- Por favor, me faz gozar, eu preciso!
Bella ignorava seus apelos, deixando-a cada vez mais excitada.
- Você é divina, Bella! Quero você, agora! – Disse Rosane, aproximando-se da cama, mas sendo impedida por Bella.
- Ainda não.
Então, Bella penetrou Júlia, enquanto a chupava.
- Ai! Que delícia! – Gritou Júlia, gozando em seguida.
- Agora você pode vir, Rosane. Somos tuas!
Rosane não se continha de tanto tesão.
- Lindas! Muito lindas!
Bella deitou-se, pedindo para que Júlia ficasse sobre ela, de quatro.
- Rosane, ela é tua!
Enquanto Rosane penetrava Júlia, e apertava suas nádegas fartas, Bella chupava e tocava seus seios.
- Ai! Nossa! Que gostoso! Quero gozar, por favor!
E mais uma vez, Júlia gozou. E depois mais, e mais, e mais...
- Agora é sua vez, minha deusa!
Rosane pediu para que Bella e Júlia invertessem a posição. E Bella foi possuída pelas duas mulheres insaciáveis.
Júlia se despediu delas.
- Obrigada! Eu nunca senti tanto prazer em toda a minha vida! Adorei! Quando vamos repetir?
- Não vamos, Júlia.
- Por que, Bella? Eu quero muito!
- Você vai querer de novo, Rosane?
- Não, meu anjo! Esta fantasia você já me realizou. E com maestria!
- Ah, que pena! Eu faria mais milhões de vezes com vocês. Obrigada!
Bella e Rosane beijaram o rosto de Júlia. Rosane disse:
- Eu quem devo agradecer, minha linda. Vocês duas me levaram ao delírio.
Bella e Rosane foram para a cama.
- Quero ter você de novo, agora só minha.
- Você é uma tarada, Rosane. Uma tarada insaciável.
- Eu sei. Vem cá minha deusa.


O dia do casamento de Rodrigo e Aline estava próximo. Estavam distribuindo os convites. Rodrigo pediu a Bella que fosse com eles entregar o convite na casa da tia.
- Como vai, tia Márcia? – Disse Bella.
- Estou bem.
Márcia os deixou entrar. Ela tinha 3 filhos, todos homens. Mateus, Caio e Ronaldo. Os primos de Bella e de Rodrigo eram legais.
- Bella! Quanto tempo prima! Você está linda!
- Ela sempre foi linda, Mateus, desde criança. Você quer dizer que ela está mais linda, não é?
Os primos de Bella a abraçaram, e cumprimentaram Rodrigo e Aline.
- Onde está Ronaldo?
- Está viajando. Aquele não quer saber de nada, chega final de semana e ele se manda. Mas o que os trazem aqui?
- Duas coisas. Viemos entregar o convite de casamento de Rodrigo. Mas antes, ele quer lhe fazer outro convite.
- Caio, gostaria de saber se você aceita ser meu padrinho, junto com Bella.
- Claro que aceito! É uma honra! Ainda mais com essa beldade ao meu lado! Obrigado!
- Se Bella fosse casada, teria alguém para lhe fazer par. Quero dizer, um casamento de verdade, normal.
- Mãe! Não começa.
- Mas é isso, filho. Você não sabe que sua prima vive com uma mulher? Além de ser prostituta.
- Tia, não sou mais prostituta.
- De certa forma é sim. Estou sabendo que a mulher com quem você vive, a enche de presentes caros. Te deu até um apartamento, não foi? Você é igual à sua mãe. Ela se envolveu com um homem rico, casado, mas você deu mais sorte que ela, foi mais esperta.
Rodrigo ia falar, quando Bella o interrompeu. Ela se aproximou da tia.
- Tia, eu nunca entendi porque a senhora nunca gostou de nós. Por que nos trata desse jeito? O que fizemos a você?
- Vocês nada, mas a mãe de vocês. Ela envergonhou a nossa família tendo um caso com um homem casado, e engravidando solteira.
- Isso é tão ultrapassado! E por isso acha que pode nos tratar mal? Nos ofender? Eu não ganho presentes por ser uma prostituta, mas porque minha esposa me ama. Rodrigo e eu recebemos muito dinheiro do homem rico e casado, com quem minha mãe teve um caso. Não preciso mais me prostituir.
- Minha esposa? Olha como ela fala! Isso é nojento, é doente. Você é uma sem vergonha, uma...
- Chega, mãe! Bella, Rodrigo... Desculpem. Terei um imenso prazer em ser o seu padrinho de casamento, isso se você ainda quiser.
- Claro que quero! Agora vamos embora, temos muitos convites para entregar. E você, sua velha mal amada, não está convidada para ir ao meu casamento. Desculpem primos, mas não vou mais ouvir as ofensas de sua mãe, e me calar. Vamos Bella.
No carro, eles conversam.
- Que velha filha da... Bella, não sei como você tem tanta paciência! Pelo amor de Deus! Eu estava quase voando no pescoço dela.
- Deixe pra lá, Rodrigo. O que importa, é que estamos felizes.

Noite do casamento. Igreja lotada. Bella estava ao lado de seu primo no altar. Linda! Deslumbrante! Feliz!
A festa foi um sucesso. Parentes da noiva, amigos e colegas da boate estiveram presentes.
Bella e Rosane deram a viagem de lua-de-mel aos noivos. Cancun. No aeroporto, se despediram.
- Boa viagem meu irmão! Seja muito feliz! Eu te amo! Sempre e para sempre!
- Eu também te amo, Bella. Sempre e para sempre!
Bella vê seu irmão e sua melhor amiga embarcarem. E chora. De felicidade, de saudade.

CONTINUA...

RM

"Qualquer semelhança com nomes e acontecimentos, terá sido mera coincidência. Não são fatos reais”.

Escolhas (Parte 3)


No apartamento, Bella telefona para “Peter Pan”.
- Oi, meu amigo!
- Oi, minha pequena! O que manda?
- “Peter”, estou ligando para confirmar que sexta-feira Rodrigo e Aline voltam de viagem e vamos recebê-los no aeroporto. E sábado, é o jantar do meu aniversário. Você vai?
- No aeroporto não garanto, mas em seu jantar, com certeza.
Conversaram mais um pouco e desligaram.

Sábado, aniversário de Bella. Jantar em seu restaurante preferido. Rosane, Rodrigo, Aline e “Peter Pan”, eram os seus convidados.
- Eu queria fazer uma festa em grande estilo, do jeito que Bella merece, mas ela não quis, preferiu apenas um jantar. – Falou Rosane.
Estavam conversando, animados. Rodrigo e Aline contavam sobre a viagem, quando Rosane fez uma expressão que Bella achou estranha.
- O que foi, Rosane?
- Veja quem acaba de chegar.
Bella olha para onde Rosane estava olhando e viu Alessandra, Laís e um casal.
- Se você quiser ir embora, não vou me importar.
- Não vou embora! Não tenho do que fugir, eu estou preocupada com você. Não quero que se aborreça no dia de seu aniversário.
- Então vamos ficar. – Decidiu Bella.

****************

Na mesa de Alessandra.
- Olha, amor! Aquela não é a sua faxineira?
Alessandra não responde.
- Faxineira? Mas aquela mulher é a gostosa da minha despedida de solteiro. – Falou o irmão de Alessandra.
- Gostosa? Mas o que é isso? – Disse a esposa dele, indignada.
- Desculpe, amor. Eu ainda era solteiro.
- Pelo que sei, essa mulher é faxineira de sua irmã.
- Como é?
- Laís, não começa.
- Mas foi o que ela disse, e você confirmou.
- Quero saber dessa história direitinho, mana. Conta aí. A gostosa... Desculpe! A mulher andou fazendo faxina na sua casa, é?
Alessandra lançou um olhar mortal para o irmão.
- Alessandra sempre fica nervosa quando se fala nessa mulher. Não é, amor?
- Mas a mulher é demais! Meninas, vocês tem que concordar, ela é linda!
- João Carlos, não estou gostando dessa conversa. Acho melhor mudarmos de assunto.
- Concordo com você, cunhada. – Disse Alessandra, aliviada.

****************

Após o jantar, o maitre trouxe um bolo de aniversário com velas coloridas, e todos cantaram parabéns para Bella.
Rosane lhe deu um anel de brilhantes.
- Meu Deus, Rosane! É lindo!
Bella abraçou Rosane, e lhe deu um beijo no rosto.
- Parabéns, Bella. - Era Alessandra.
- Obrigada.
- Eu não sabia que era o seu aniversário, por isso, não tenho um presente para te dar. Mas prometo que vou providenciar e te entregarei.
- Não é preciso.
- É sim! Faço questão! Agora posso abraçar a aniversariante?
Rosane se levantou.
- Não, não pode. Você já a cumprimentou, agora pode ir.
- Desculpe, senhora, mas falei com ela. Bella, quero te dar um abraço.
- Não ouviu o que minha esposa disse?
- Ouvi, mas não recebo ordens de ninguém, muito menos dela.
- Minha jovem, acho melhor você voltar para a sua mesa, sua noiva acaba de retornar do toalete.
Alessandra olhou em direção à mesa e viu que Rosane falava a verdade.
- Ok. Mas ainda vou te dar o meu abraço de aniversário, me aguarde.
Sorriu, e saiu.
- Garota petulante! – Falou Rosane, muito irritada.
- Eu conheço essa mulher. Ela esteve no apartamento. A primeira vez foi te procurar, Bella. A segunda, ela queria saber quem eu era, onde você estava morando...
- Você não contou, não é Rodrigo?
- Claro que não, Rosane!
- Afinal de contas, quem é ela?
- Gostaria de não falar sobre isso, pode ser? Hoje é meu aniversário! É dia de festa! Eu ganhei um anel maravilhoso e estou acompanhada com as pessoas que mais amo nesse mundo!
- Você tem razão, meu amor. Sem aborrecimentos.

****************

- O que você foi fazer lá?
- Cumprimentar a moça, é aniversário dela. Não viu que levaram bolo e cantaram parabéns?
- Alessandra, você é muito cínica.
Disse Laís, também muito irritada. E pensou:
“Tudo bem! Em breve, essa mulherzinha vai ter o que merece”.

****************

Bella estava saindo da faculdade, e viu Alessandra encostada na porta de seu carro, com um buquê de rosas vermelhas.
- Eu não sabia o que te comprar, afinal, você já tem tudo. Então, lembrei que toda mulher adora receber flores. Só tem um problema. Você não é alérgica, é?
Bella sorriu.
- Nossa! Há quanto tempo não vejo esse sorriso!
Bella pegou o buquê das mãos de Alessandra.
- Obrigada! São lindas, e eu não sou alérgica.
- Posso te abraçar? Prometo que será um abraço de parabéns.
- Promete? Sei.
- Ok, já sei o que você vai dizer. Que eu não cumpro as minhas promessas. Mas desta vez, vou cumprir.
Alessandra pegou as flores e o material das mãos de Bella, colocou sobre o capô do carro, e lhe deu um abraço.
- Parabéns, Bella! – Falou baixinho, em seu ouvido.
Bella sentiu arrepios por todo o corpo, e estremeceu.
- Pronto. Você já me deu o abraço, pode me soltar agora.
- Sinto teu corpo tremendo, Bella.
- É impressão sua. Me solte, você prometeu.
Alessandra a soltou, e elas ficaram se olhando.



- Sinto a sua falta.
- Por favor, Alessandra.
- Desculpe! Estar perto de você é... Mas eu prometi e vou cumprir.
Alessandra se afasta.
- Obrigada pelas rosas. São lindas!
Bella entra no carro, liga e sai.
- Como te quero, Bella!
À noite, Rosane chega no apartamento e vê as rosas.
- Lindas flores! Você ganhou?
- Sim.
- De quem?
- Alessandra.
Bella analisa o rosto de Rosane.
- Ela estava me esperando depois da faculdade.
- Só entregou as flores?
- Sim.
- Não está mentindo, está, Bella? Aconteceu alguma coisa que você não queira me contar?
- Não aconteceu nada. Ela me entregou as flores, me deu um abraço e eu fui embora.
- Está bem. São lindas! Rosas vermelhas. Amor.
Rosane dá um beijo em Bella, e vai tomar banho.

****************

Alessandra chega ao apartamento de Laís.
- Amor! Que surpresa maravilhosa!
Laís beija e abraça Alessandra.
- Precisamos conversar, Laís.
- Você não está querendo desistir da festa de casamento, está? Por favor, Ale, foi tão difícil te convencer...
- Pare de falar um pouco, e me escute.
- Nossa! Você está tão séria! O que houve?
- Podemos nos sentar?
Laís leva Alessandra para o quarto dela.
- Aqui teremos privacidade. Fale, meu amor!
- Laís... Quero terminar.
- Terminar o que?
- O nosso namoro. Não dá mais. Eu tentei, juro que tentei continuar com você, mas não tem mais jeito.
- Espera... Você não pode estar falando sério.
- Estou.
- Por que?
- Porque não amo você. Acabou.
- Acabou? Não! Você não pode fazer isso.
- Posso e devo, Laís. Não serei capaz de te fazer feliz, acredite.
- É por causa dela, não é?
- Dela quem?
- Daquela... Faxineira.
- Laís, é por minha causa. Eu não sinto mais nada por você.
- Eu sei que é por causa dela, eu sinto isso. Aquela vadia quer tirar você de mim.
- Não quero discutir com você, estou sendo sincera e terminando um relacionamento que não dará certo.
- Mas e os nossos planos? Nosso apartamento em frente ao mar, ver o pôr-do-sol, ver a lua nascendo, nossa festa de casamento...
- Esses são os seus planos, Laís, não os meus.
- Não! Não quero! Você não vai fazer isso comigo!
- Eu sinto muito.
- Eu vou acabar com aquela vadia! Foi ela quem virou a sua cabeça, é por causa dela que você quer me deixar. Mas não vou permitir que ela tire você de mim.
- Ela não tem nada a ver com isso.
- Fale a verdade. Você não sente nada por ela?
- Laís, por favor, o problema está em mim, eu não te amo mais, aliás, acho que nunca te amei.
- Por favor, tente me convencer que você não está apaixonada pela faxineira, e que não está terminando comigo para ficar com ela.
- Bella não é faxineira.
- Eu já sei que ela não é faxineira, ela é uma piranha, safada. Aliás, sempre tive curiosidade em saber quanto você pagava para transar com ela.
Alessandra se levantou e, quando ia sair, Laís a segurou.
- Diga! Quanto você pagava para transar com aquela vagabunda?
- Quer saber mesmo? Eu nunca paguei para fazer amor com ela.
- Você confessa que transou com ela?
- Mas não era isso o que você queria ouvir?
- Desgraçada!
Laís dá uma bofetada em Alessandra, que ia revidar, mas desistiu.
Ela sai do quarto, e vai em direção à porta, mas Laís a segura.
- Alessandra! Volte aqui! Ainda não terminamos essa conversa.
- Terminamos sim.
Alessandra sai. 
- Droga! Eu vou acabar com aquela vadia!



Dois dias depois, Bella estava na cantina da faculdade, e uma pessoa apareceu.
- Oi, faxineira!
Bella se vira e vê Laís.
- O que você faz aqui, garota?
- Podemos conversar?
- Não acho que temos algo para conversar.
- Ah, temos sim! Você poderia me acompanhar?
- Aonde?
- Até o meu carro. Nossa conversa não precisa de platéia.
Bella pensou que Laís pudesse querer fazer um escândalo, então, aceitou o convite.
- Muito bem, estou aqui. O que quer conversar comigo?
- Alessandra já te procurou?
- Não.
- Por favor, não minta.
- Não estou mentindo. Ela não me procurou. Por que?
- Vou ser direta. Eu não vou aceitar que você e ela fiquem juntas. Alessandra é minha, e continuará sendo. Não vou deixar que uma prostituta como você tire Alessandra de mim.
- Hei! Vai devagar com as palavras.
- Estou avisando. Não pense que vai ficar com ela, porque não vai. Ela é minha. Entendeu?
- E se eu ficasse, você ia fazer o que?
- Não brinque comigo, vadia. Você não sabe o que eu sou capaz de fazer para ter Alessandra comigo.
- É? Então me diga! O que vai acontecer se eu ficar com ela?
- Eu acabo com você.
- Está bem. Seu aviso está dado.
Bella ia sair, e Laís segurou em seu braço.
- É melhor você fazer o que mandei, porque posso ser uma garota muito má quando eu quero.
Bella saiu do carro e foi para a sala de aula.
Quando chegou em casa, Rosane estava lá, com um buquê de rosas vermelhas nas mãos.
- Que lindas! Você comprou pra mim?
- São pra você, mas não são minhas.
- Não? De quem são?
- Tem um cartão aí.
Bella abriu o cartão e leu.
“Bella, linda Bella! Rosas vermelhas são as mais lindas, mas jamais terão a beleza que você possui”.
- Não tem assinatura.
- Não precisa ter, Bella. Nós já sabemos de quem são, não é mesmo?
- Rosane, eu...
- Tudo bem. Você não tem culpa que sua admiradora seja tão atrevida. Só queria saber como ela conseguiu nosso endereço.
- Eu não falei, eu juro!
- Não precisa jurar. Acredito em você.
- Laís me procurou na faculdade hoje.
Bella contou a conversa que ela e Laís tiveram.
- Bom, pelo que entendi, acho que Alessandra e Laís não estão mais juntas.
- É. Pode ser.
Bella e Rosane almoçaram. Rosane voltou ao escritório, e Bella foi fazer alguns trabalhos da faculdade.

Todos os dias chegavam rosas vermelhas no apartamento de Bella e de Rosane. Cada dia, com um cartão diferente.
“O teu cheiro me excita! Você é inesquecível!”
“Você é meu encanto! Sinto-me desorientada sempre que penso em você”.
“Ah, tentação! Você me enfeitiça, me atiça!”
“Saudades! Estou pensando em você agora. Penso em você todos os dias e noites. Você é meu vício!”



Sentindo que Rosane estava irritada com a chegada das rosas e dos cartões, Bella avisou ao porteiro que a partir daquele dia, as rosas deveriam ser devolvidas a quem entregou, e não mais serem entregues a ela.
Numa noite, quando Rosane chega em casa, pergunta:
- As rosas vermelhas pararam de chegar?
- Sim.
- Por que?
- Porque eu pedi ao porteiro para devolvê-las.
Rosane beijou Bella na boca, e foi tomar banho. Bella entrou no banheiro.
- Posso? – Falou Bella, tirando as roupas.
- Pode! Deve!
- Você me quer?
- Sempre, Bella! Sempre!
Elas fizeram amor ao gosto de Rosane. Bella dominada, entregue, submissa.
- Eu te amo tanto, Bella! Não vou te perder!
Vão para a cama, e Rosane mais uma vez possui Bella.
- Eu me perco em você! Esse teu jeito inocente, mas ao mesmo tempo indecente, me deixa louca! Geme pra mim Bella, geme!



Dias depois, Rosane chega em casa, e conta uma novidade para Bella.
- Lembra-se da mulher que fez chantagem comigo?
- Fez não! Ainda faz. O que tem ela?
- Vai amanhã ao escritório, disse que tem um assunto urgente para falar comigo.
- Amanhã? Ótimo! A que horas?
- Entre 9 e 10 horas.
- Estarei lá.
- E a faculdade?
- Não irei. Quero conhecer essa chantagista.

Dia seguinte. Escritório de Rosane, 10h15m.
- Sente-se, Lena. Quer um café, uma água, um refrigerante?
- Um refrigerante. O calor está de matar.
Rosane liga para a secretária e pede para que ela sirva o refrigerante.
- Mas qual é o assunto urgente que você quer falar comigo?
- Bom, é o seguinte. Há 3 anos você tem me dado o mesmo valor mensal, e você sabe, tudo aumenta, tudo fica muito caro. Quero que aumente a quantia.
- Lena, o valor que te pago já é bem alto.
- Nem tanto. Quero mais.
- Está pensando em quanto?
- Uns... 6 mil?
- O que? Você quer um aumento de 100 por cento?
- Ora, Rosane! Você tem condições de me pagar até mais, mas estou sendo boazinha com você.
Bella, que estava no banheiro, entra no escritório.
- Isso é inacreditável! Se alguém me contasse, eu diria que era mentira.
- Quem é essa aí? – Perguntou Lena, surpresa.
- Essa aí não. Mais respeito, por favor. Sou a esposa de Rosane.
- Esposa?
- Isso mesmo. Agora a conversa é comigo. Rosane não vai lhe dar aumento algum, inclusive, ela não vai mais te pagar nada.
- Como é?
- Além de não te pagar mais, você vai sair da casa dela, e vai devolver o carro que ela te deu. A chantagem acabou, a moleza terminou. Vai trabalhar, chega de viver às custas de uma mulher que nunca fez mal a ninguém.
- Olha aqui, você não me conhece e não sabe o escândalo que vou provocar se Rosane não fizer o que eu quero. Todos vão saber o que ela é.
- Você sabia que chantagem é crime?
- Pode até ser, mas ela sabe que tem muito a perder. Não é Rosane?
- Vou te mostrar quem tem muito a perder, garota.
Bella vira o monitor do computador para Lena e mostra um vídeo.
- O que é isso? – Pergunta a mulher, confusa.
- É você. O que acha de se tornar uma celebridade?
- Do que você está falando?
- Estou falando que tudo o que foi dito aqui está gravado. Imagem e som. Ou seja, você foi gravada confirmando que é uma chantagista. Está extorquindo dinheiro de uma senhora muito fina e bondosa. E se você ousar fazer qualquer coisa contra ela, vou denunciar você à polícia, e te farei ser uma celebridade, pois, vou colocar esse vídeo na Internet.
Lena fica imóvel, sem saber o que dizer.
- E então? O que me diz, chantagista?
- Rosane, como você pôde?
- Não se dirija a ela. Eu disse que a conversa agora é comigo. Vai fazer o que?
- Tenho outra saída?
- Não, não tem. Sem casa, sem carro, sem dinheiro. Esta é a sua única saída.
A garota entrega as chaves da casa e do carro para Bella. Combinam de irem a casa com a garota, para que ela pegue as suas coisas e saia de uma vez por todas da vida de Rosane.
Lena sai, e Bella se senta no colo de Rosane.
- Pronto. Viu? Nem foi tão difícil.
- Você é muito esperta, Bella.
- Sinceramente, Rosane, não sei como você permitiu isso. Você é uma Advogada! Poderia ter feito isso antes.
- Na verdade, sinto pena dela.
- Pena? Ela é uma sacana.
- É, você tem razão. Mas mesmo assim, sinto pena.
- Hmm... Ela é uma graça. Bem gostosinha! Pra você não sentir remorso, e parar de ter pena dela, posso pedir para o “Peter” colocá-la para trabalhar na boate. O que acha da minha ideia?
- Você faria isso mesmo?
- E por que não?
Depois do final de semana, Lena começou a trabalhar na boate.



- Bella? Onde você está?
Rosane chega ao apartamento, aflita. Ela vai para o quarto, e quando vê Bella, sente-se sufocada.
- Meu Deus! Isso é uma miragem? Uma alucinação?
- Não! É real!
- É tudo pra mim?
- Sim! Tudo pra você! O que está esperando? Vem!



Rosane agarra Bella com um desejo selvagem.
- Bella, vou devorá-la!
- Faça o que quiser!
Rosane toma Bella como se fosse a primeira vez. Está excitada, louca! Aperta, beija, morde...
Bella, deitada na cama, pede:
- Pare de me tocar.
- O que? Não!
- Por favor!
Rosane obedece. Então, Bella começa a se tocar e dizer palavras provocantes.


- Sei o quanto você me deseja. Sei que gosta de sentir meu cheiro, tocar minha pele, meus seios... Gosta deles?- Gosto. Amo! – Rosane estava ofegante.
- Ah! Adoro quando você me devora com seus olhos! Quando me alisa, me laça, me toma.
Rosane tentou pegar Bella, mas ela não deixou.
- Por favor, Bella. Pare de me torturar.
- Você me quer?
- Quero! Agora.
- Vem!
E Rosane foi. E enlouqueceu, quando Bella ficou ali, exposta, linda e... Totalmente sua!


Depois de uma tarde intensa de amor, Rosane estava deitada, exausta, satisfeita.
- Ah, Bella! Você me deixa maluca! Primeiro, me telefona dizendo que não se sentia bem. Fiquei tão preocupada! Aí, quando chego, vejo você vestida daquele jeito, me seduzindo... Ah! Não existe mulher como você!
Bella se levanta e fica sobre Rosane.
- Parabéns pelo seu aniversário!


Três dias depois, Bella estava saindo da faculdade, e Alessandra a esperava.
- Por que mandou devolver as rosas? Não gostou delas?
- Eram lindas! Mas fiquei alérgica. – Bella dá um sorriso debochado.
Alessandra empurra Bella contra o carro e diz:
- Você adora me provocar. Por que faz isso?
- Não provoquei você.
- Provocou sim. Responda direito. Por que mandou devolver as rosas?
- Porque sou uma mulher casada, e você estava sendo inconveniente.
- Ah, entendi! Foi a sua coroa quem mandou você fazer isso, não foi?
- Não. Eu decidi e fiz.
Alessandra cheira o pescoço de Bella, e passa sua língua, devagar.
- Sinto saudades, Bella.
- Pare.



- E sei que você também sente.
- Me solte.
Alessandra continua beijando Bella. No pescoço, no rosto, no canto da boca. Bella estremece e solta um gemido baixo.
- Está vendo? Você me quer! Está tremendo, gemendo. Isso é desejo por mim, Bella.
- Por favor, Alessandra, me solte.
- Quero você. Hoje, agora.
- Não posso.
- Pode sim! Vamos comigo ao meu apartamento, por favor.
- Não.
- Eu te quero!
- Me quer! Essa é a diferença entre nós.
- Diferença?
- Você quer satisfazer seu desejo sexual, suas fantasias, nada mais que isso.
- E qual é a diferença entre nós?
- É que eu não te desejo apenas. Eu te amo.
Alessandra olha para Bella, surpresa.
- Está chocada? Por que? Porque confirmei o que você já sabia?
- E a sua esposa?
- Eu gosto dela, muito. Sinto carinho, respeito, tesão, segurança...
- Gratidão.
- Sim. E ela sabe disso.
- Por que resolveu confessar que me ama?
- Porque quero que pare de me perseguir. Quero que pare de me mandar rosas, cartões, de me assediar. Não pretendo satisfazer seus desejos, não vou trair minha esposa.
- Você está enganada a meu respeito, Bella.
- Sei que não estou. Você quer me fazer de sua amante, e não vou fazer isso.
- É verdade que eu desejo você. Desejo como nunca desejei mulher alguma, mas... Você vai ter que escolher.
- Escolher o que?
- Se vai ficar com sua esposa ou comigo. Porque eu também te amo, e vou lutar por você. Em algum momento você vai ter que escolher. Eu ou ela.
Bella não esperava ouvir de Alessandra que ela a amava.
- Não vou te beijar, nem te tocar mais. Mas não pense que está livre de mim. Você vai ter uma conversa com sua esposa, e avisá-la que vou lutar para ter você. Se não pretende traí-la, então é bom resolver logo sua situação com ela, porque não vou esperar muito tempo.
Alessandra se afasta de Bella e, antes de ir embora, diz:
- Eu te amo, Isabella.
Bella entra em seu carro e pensa em tudo o que acaba de ouvir.
- Escolhas! Por que sempre tem que ser assim?



À noite, Bella conta tudo para Rosane.
- Eu sabia que esse dia chegaria. Ela tem razão, Bella. Você terá que fazer sua escolha.
- Se eu pudesse...
- Ficaria com nós duas, não é? - Rosane sorri. - Adoro fazer as suas vontades, mas essa, minha doce Bella, não farei.
- Eu sei. E ela também não aceitaria. Ajude-me a decidir, por favor.
- Não está difícil saber o que você vai escolher.
- Está sim! Eu amo Alessandra, mas de certa forma, amo você também. Eu não sei o que fazer, Rosane. Eu juro que não sei.
Bella se deita em Rosane, e é acariciada. Sentindo o carinho dela, Bella percebe o quanto será difícil escolher.
Vão para a cama, fazem amor. Bella adormece. Rosane vai para a sala, pega uma bebida e senta.
- O destino está se concretizando, e vai tirar você de mim. Eu não imaginei que fosse doer tanto, minha doce Bella.



Em uma boate, uma linda mulher dança no palco. Sensual, provocante, tentadora. Os espectadores a cobiçam, querem possuí-la a qualquer preço.
A linda mulher vai até uma mesa, e dança, se insinuando para outra mulher. A mulher perde completamente a razão, e a agarra, tirando-a daquele lugar.
Estão em um apartamento.
- Dance pra mim. Apenas para os meus olhos.
A linda mulher recomeça sua dança, fazendo striptease.



A mulher que assiste àquela apresentação envolvente, chega ao limite do desejo e toma a linda mulher, atirando-a sobre a cama.
- Diga que você é minha.
- Sou sua!
- Fale meu nome.
- Sou sua, Alessandra.
- Sim! Você é minha. Minha Bella!

Sensações inimagináveis...
Sonhos e fantasias...
Paixão... Volúpia... Amor!
Duas mulheres e suas...
Escolhas!

FIM...


... Mas... Ainda continua...

RM

"Qualquer semelhança com nomes e acontecimentos, terá sido mera coincidência. Não são fatos reais”.